A alegria é expansiva, ela avigora a circulação, aquece, dá calor ao corpo, anima e robustece o organismo, mantém a saúde, prolonga a vida. A tristeza, ao contrário, é reconcentrada; ela retarda a circulação, arrefece, tira calor ao corpo, desanima e enfraquece o organismo, arruína a saúde, encurta a vida. Mas, como os extremos se tocam, e todo o excesso é mau, se a deprimente tristeza é funesta à existência, a alegria, quando excessiva, materializada, nada racional, não o é menos, pode até fulminar. Por Dr. Antonio Pinheiro Guedes - livro Ciência Espírita.

Gênese da Alma - Por Dr. Antônio Pinheiro Guedes

A unidade supõe a continuidade.

A correção das forças implica, impõe a sua unidade.
A metamorfose da matéria é consequência da lei de continuidade.
A sincretização das forças é consequência da lei de correlação.
 
A natureza do problema cuja solução busquei e venho apresentando, é de tal transcendência que, até hoje, ninguém ousou, que eu saiba, ainda ninguém intentou, sequer, formulá-lo e considerá-lo de ânimo resoluto.

— O que é a alma humana? Qual a sua origem? Como se formou? Gera-se com o corpo? Já existia? De onde vem?

São interrogações que se levantam diante dos homens cultos, hirtas, horripilantes, quais íngremes montanhas de gelo, que ninguém pensa escalar, porque parece impossível realizá-lo.

O impossível está sempre diante da fraqueza humana.

— Mas, quantos impossíveis o gênio do homem tem vencido?

O que é a vida, senão uma luta, sem tréguas, com o impossível?

Dois momentos de puro esclarecimento espiritual - Por Dr. Antônio Pinheiro Guedes

Seres fraco, ignorantes, desprovidos de tudo, sujeitos às intempéries e as mil vicissitudes da vida: a dor, o sofrimento a moléstia, foram, sem dúvida, seus companheiros desde os primeiros anos.

Em tais condições, como prover às suas necessidades.

- Como conjurar seus males, abreviar o sofrimento aliviar a dor.

A observação do que ainda se dá em nossos dias, dos fatos que ocorrem por toda parte, cotidianamente, responde a essas interrogações?

Quando sentimos uma dor levamos a mão ao sítio doloroso, instintiva, automaticamente, ou para afastar a causa do alívio?

Fonte: Livro Ciência Espírita de Dr. Antônio Pinheiro Guedes

COMUNICAÇÃO DE ANTÔNIO PINHEIRO GUEDES - MÉDIUM: MARIA ESTEVES
Grupo Espiritualismo Padre Antônio Vieira
Leitura: Luciana Costa

O espírito escolhe seus pais antes de nascer - Por Dr. Antônio Pinheiro Guedes

Sabe-se hoje; e isso é racional, cala na consciência, sente-se que deve ser assim: é o próprio espírito quem escolhe, após demorado estudo na vida espírita — durante a desencarnação — e busca, segundo suas necessidades — de ordem moral e intelectual —, o país, a sociedade, a família, os seus genitores, tudo enfim quanto deva e possa concorrer para o seu progresso.

Assim é ele o principal, senão o único responsável pelas contingências, pelas vicissitudes e dificuldades que o assoberbam durante a vida corpórea.

Por esse modo admite-se que o espírito possa transmitir; aceita-se, porque é compreensível, que ele imprime em seu corpo, igualmente com o tipo e a forma, sua feição característica, suas tendências morais e intelectuais, dando mais desenvolvimento ora aos centros afetivos, ora àqueles que servem a inteligência; de onde resulta a diferença de caráter, de gênio e de temperamento que se observa nos indivíduos, desde a infância.

Antônio Pinheiro Guedes - Já é amanhã! - Por Cleci Ribeiro

Médico do Império, senador da República, Antônio Pinheiro Guedes, com a obra Ciência Espírita (edições Racionalismo Cristão), está agora tão presente… Sua imagem do mundo em cinco tempos simultâneos – a oficina, a escola, o hospital, a penitenciária, o teatro – traz estreita sinergia com modo de viver e meio circundante. Na oficina, o aprendizado recai no trabalho e educação. O mundo descerra a matéria prima a ser manipulada durante todo o ciclo da atividade humana, em sua luta cotidiana – um verdadeiro laboratório. Se, na oficina, o espírito vai polir a matéria, na escola o ser humano aprimora a cultura intelectual (instrução) e a cultura moral (educação).
Vivenciamos um momento de desvenda do mundo-hospital. Já Pinheiro Guedes constatava que os estados mórbidos da alma têm origem na própria formação do indivíduo ou são criados pelo meio. Melhores condições de vida (Ah, o saneamento! Ah, a ganância!) encaminham o remédio, o antídoto, o bálsamo; a cura tarda, mas não falha. À penitenciária aplica-se a lei natural do '‘quem com ferro fere, com ferro será ferido’'. Assim, do abuso da ignorância e mau uso do livre-arbítrio, o mundo erige-se em teatro, o cenário onde se desenrolam dramas, comédias, farsas, tragédias; ficção e verdade. Retrato em qualquer tempo. Ora, com uma “aceleração da aceleração” (Manuel Castells), graças à sociedade em rede.

Um momento qualquer é motivo para acordarmos para a espiritualidade?

"A força psíquica se exalça, incitada, ainda agora, pelos fenômenos do mundo externo, que a despertam e ativam, agindo incessantemente sobre o organismo; de cujo fato resulta, provém, nasce, a necessidade para ela de apreciá-los e avalizar sua influência, a fim de utilizar-se deles ou repeli-los, quando nocivos, ou modificá-los, tornando-os prestáveis."

Livro Ciência Espírita de Antônio Pinheiro Guedes

Dr. Antônio Pinheiro Guedes – por FEB




Em 27 de Agosto de 1908 perdia o Espiritismo brasileiro, na pessoa do Dr. Antônio Pinheiro Guedes, um dos seus mais eminentes pioneiros, um homem cuja sólida convicção e coragem cristã fizeram-no ardoroso defensor de nossos ideais onde quer que se encontrasse.



O Nascimento - Família 

Nasceu ele em Cuiabá, capital da então Província de Mato Grosso, aos 14 de julho de 1842, sendo um dos quatro filhos (dois homens e duas mulheres) do Tenente-Coronel João Pinheiro Guedes e de D. Maria Madalena Pinheiro Guedes. O outro varão, Henrique Pinheiro Guedes, igualmente se destacou, chegando ao posto de almirante, com serviços prestados à Nação, quer como diretor da Escola Naval quer como chefe do Estado Maior da Armada.



O Médico

Antônio Pinheiro Guedes bem cedo revelou um espírito inteligente, perquiridor e ativo. Em sua terra natal fez os primeiros estudos, após o que embarcou para a Corte a fim de seguir a carreira médica, antiga aspiração do menino. Examinado em 07 de novembro de 1865, e tendo obtido aprovação plena, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (mais tarde: Faculdade Nacional de Medicina). Anos de estudo se escoaram, e em 30 de setembro de 1870 ei-lo a apresentar à Faculdade, da qual era diretor o Conselheiro Dr. José Martins da Cruz Jobim, a sua tese de doutorado, tese que sustentou no dia 6 de dezembro do mesmo ano. Ela continha uma dissertação de ciência cirúrgica: regeneração de ossos e ressecções em geral, e uma série de proposições sobre: «Da substituição histológica», «Diagnóstico diferencial entre a meningoencefalite e a hemorragia cerebral» e «Responsabilidade médica», assuntos pertencentes respectivamente às cadeiras de Anatomia Geral e Patológica, Clínica Interna e Medicina Legal. Nesta tese, entre agradecimentos e homenagens do autor, figuravam estas duas singelas dedicatórias, que bem demonstram a delicadeza e a sensibilidade espiritualizada de sua alma: